É desejo de Deus que cresçamos (Ef 4.15). A palavra
de Deus ensina que devemos crescer na fé, na graça, no conhecimento, no amor -
em tudo.
Por esse motivo na mesma carta de Paulo aos efésios
há uma afirmação que Deus constitui um ministério na Igreja querendo o
aperfeiçoamento dos santos, a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11-13).
Quando alguém se converte pelo poder do evangelho
ocorre algo sobrenatural no indivíduo: a pessoa nasce de novo (Jo 3.1-7), e conseqüentemente
passa por um processo semelhante a maturação de um ser humano natural. Existe a
fase da infância, da adolescência, a fase adulta e a da velhice.
Na vida espiritual deve haver um crescimento
contínuo. Não se pode ficar sempre na condição de “crente infantil”; aliás a
criança pode ser facilmente levada por qualquer um!
A fase da infância e aquela onde tudo é novo para
quem aceitou a Jesus: a palavra, sua vida, o que ouve, seu modo de falar – tudo
é novo. A fase da adolescência é quando nos desprendemos e começamos a
compreender que nem tudo é “azul”; na vida de fé temos problemas e enfrentamos
dificuldades. Na fase adulta amadurecemos nossos conceitos e podemos ajudar
nossos irmãos, sem ressalvas. Na velhice estamos experimentados em tudo: sabemos passar
abundância e necessidade; saber ter e nada possuir; compreendemos que temos o
Senhor sempre ao nosso lado; nessa altura nos tornamos conselheiros de Deus
para seus filhos.
O crente não pode se conformar com uma vida
espiritual raquítica e sem apresentar crescimento. Infelizmente percebemos
muitos cristãos que apesar de há muito tempo dizer freqüentar uma igreja cristã,
não apresenta crescimento na fé.
Os sintomas de falta de crescimento espiritual são:
invejas, contendas, dissensões, facções, vanglória, impureza espiritual,
litígios, falta de tolerância, postura de julgamento dos outros, falta de amor,
etc (I Co 3, 4, 5, 6, 13, Rm 14). Tais sintomas são evidências da falta de prática
de um dos maiores mandamentos de Jesus: “o meu mandamento é este: que vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 15.12)”.
Se quisermos crescer temos que observar a Palavra de
Deus quanto a sermos reconhecidos por amar aos nossos irmãos. Na primeira carta
de Paulo aos coríntios (cap. 13) ele enfatiza a supremacia do amor.
Não adianta ter fé para fazer milagres, graça para
orar e/ou falar, conhecer os mistérios de Deus se não houver o amor. Ficaremos infrutíferos,
à semelhança da figueira onde Jesus não encontrou frutos (Mt 21.18-19).
Às vezes falamos em evangelizar, em missões,
enquanto não damos atenção a um irmão que está fraco na fé ou precisando de ajuda
em algum problema. E quando afasta da igreja ainda dizemos que saiu porque não
queria nada com Deus ou era rebelde.
Façamos uma reflexão: o que temos feito pelos nossos
irmãos? Apenas temos criticado alguns? Temos feito julgamentos sobre as pessoas
onde congregamos? Tenho considerado muitos como rebeldes? Tenho o amor de Deus
em mim? Que peso tem os meus pecados perdoados por Jesus? Não devo eu também
ter compaixão de quem, ao meu ver, não está bem espiritualmente? Ajuda alguma
coisa minha atitude de julgar as pessoas? Estou certo com esta minha posição?
Se nos lembrarmos que somos suscetíveis a cair, a
pecar contra Deus; que o cair é do
homem, mas o levantar é de Deus; que o amor de Deus um dia foi derramado em
nossos corações e permitirmos esse amor fluir de dentro para fora cumpriremos o
propósito de Deus em ajudarmos uns aos outros. Afinal fazemos parte do mesmo
corpo – o corpo de Cristo.
Crescer na fé não significa “subir de cargo” na
igreja e/ou no ministério. É crescer nas coisas essenciais do evangelho. O evangelho
não se resume a palavras, mas principalmente em ações. A fé sem as obras é
morta (Tg 2.14-26). Conjugue tudo com atitudes, com ações, com obras. Lembre-se de Jesus que pregava a Palavra de Deus e
agia: atendia a todos os necessitados, doentes, endemoniados, pecadores, os
ignorados pela sociedade; os mais desprezados foram alvo de sua atenção.
Sua palavra queimava nos corações dos que o ouviam, mas
suas obras eram inesquecíveis. Como a prostituta poderia esquecer aquele homem
(Jesus), que a defendeu ao dizer a multidão: quem estiver sem pecado atire a
primeira pedra, e depois: eu também não te condeno, vá e não peques mais?
Zaqueu, o publicano, odiado pelos judeus, mas amado por Jesus, nunca esqueceria
o dia que o Senhor esteve em sua casa pessoalmente. Ah, e a mulher samaritana;
aquele homem, aquele profeta, falou com ela e contou coisas sobre sua vida,
mostrou-lhe uma fonte da qual ela bebeu – como poderia esquecer aquele dia?
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