Existe uma dúvida muito comum que paira na mente de muitos
cristãos a respeito de uma questão: há algum problema em ajudar pessoas não
evangélicas; que não professam uma fé verdadeira e baseada na Palavra de Deus?
Pessoas que pedem ajuda para, principalmente, obras sociais executadas por
organizações não cristãs. Ou mesmo aquelas famosas ‘ações entre amigos’.
No Brasil e em vários países do mundo existem organizações
ligadas a religiões não cristãs que, porém, prestam grandes serviços e conduzem
excelentes obras sociais.
Muitos cristãos indagam sobre se ao contribuir, quando
solicitados por pessoas dessas organizações, traz alguma implicação espiritual.
Ficam apreensivos com a idéia: será que podemos ajudar, contribuir, sabendo que
vai para uma instituição dirigida por pessoas que não são cristãs?
Muito bem, façamos uma reflexão com base na Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo em sua carta aos coríntios (I Co 5), ao advertir a Igreja,
orienta que os cristãos não se associassem com àqueles que andassem em caminhos
que não agradassem a Deus. No entanto, deixa claro que não falava isso com
relação às pessoas que vivem nesse mundo, mas sim, com relação aquelas que se
passando por cristãs tem um comportamento desagradável a Deus. Em outras
palavras, orienta para a não associação com falsos crentes.
É necessário compreender ainda que, muitas pessoas, apesar
de não serem cristãs, têm bom caráter, são honestas, sinceras, verdadeiras, e
praticam boas ações. Faltam-lhes ainda alguma coisa: converterem-se ao Senhor.
Não encontramos embasamento bíblico, com estas
considerações, que possam orientar a não darmos ajuda, ou uma contribuição, a
questões de natureza social que vá beneficiar pessoas necessitadas. Paulo
informa dizendo (I Co 5.13) que Deus os julgará; não cabe a nós emitir juízo
nestas situações.
No sermão da montanha Jesus ensinava e dizia (Lc 5.30 4 5.35):
E dá a qualquer que te pedir...e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes,
e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é
benigno até para com os ingratos e maus.
Ora, se Deus dá coisas boas, mesmo aos ingratos e maus, não
podemos nós ajudar quando solicitados, em obras sociais, ações de amigos, etc.,
mesmo quando as pessoas envolvidas não são ‘crentes’ e/ou ‘evangélicas’, isto
é, não são cristãs? É claro que podemos e devemos, para sermos tal como nosso
Pai que está nos céus.
O que não podemos é associar-nos em qualquer atividade
quando esta tem conotação de adoração e/ou culto não dirigido a Deus. O cristão
não se associa em atividades relacionadas às práticas com relação à falsa fé;
ajudar é uma coisa e, outra coisa é associar-se em uma atividade claramente
religiosa (revestida de atos, ações, liturgia, etc.) envolvendo culto, que
biblicamente falando, é contrária a orientação da Palavra de Deus.
Como associar-se ao culto aos demônios; aos mortos; à
idolatria; etc.? Que comunhão tem a luz com as trevas? (II Co 6.14).
O que precisamos ter em mente, após o que já foi exposto, é
o conselho de Paulo, apóstolo: Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a
todos, mas principalmente aos domésticos na fé (Gl 6.10). Isto é, devemos
priorizar qualquer ajuda que tenhamos condições de oferecer, aos nossos irmãos
na fé (domésticos na fé); onde você desfruta de comunhão espiritual; na
comunidade local onde estão situados seus irmãos em Cristo. Tem alguém necessitado
em sua Igreja? Se sim, ajude primeiro seu irmão na fé. E, depois os outros.
Como alguém pode ajudar os outros se esquecendo de sua própria família?
Lembre-se, você com seu irmão na fé, assumem a condição de filhos de Deus; a
Igreja é uma família.
Concluindo: ajude a todos quanto puder, mas não se esqueça
dos que são de sua própria família.
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